terça-feira, 29 de julho de 2008

Para mim ser de Esquerda não me obriga a ser permissiva e tolerante com tudo, antes pelo o contrário

Artigo 13.º
(Princípio da igualdade)

1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.

2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

Acho que este é um artigo da Constituição que ninguém contesta, porém às vezes, parece que a Esquerda tem dificuldade (e com isto não me estou a referir ao PS) em o entender, quando se trata de minorias, fica encurralada num discurso que se assume sempre cheio de exigências (legítimas, sem dúvida) mas que se omite na exigência do cumprimento aos possíveis beneficiários das mesmas. Eu sou a favor de mais assistencialismo, considero até que que deveria haver mais subsídios e apoios que de facto ajudassem a reestruturar a vida das pessoas além do RSI mas penso que é justo exigir ver resultados e não injustiças.

Vejam lá se o Paulinho das feiras , não vai exactamente, explorar este tipo de situações, porque sabe que as pessoas comuns ficam revoltadas quando vêem o vizinho do lado e a mulher que não trabalham, mas um deles tem um problema de toxicodependência e com isso a Segurança Social atribuí-lhes um subsídio para a renda e mais o RSI e ainda o abono dos filhos pelo 1º escalão, é evidente! que numa família em que trabalha o homem e a mulher e constatam que o rendimento mensal dos subsidiados não é muito diferente daquele que eles auferem depois de um mês trabalho, os sentimentos não sejam os melhores, sentem-se defraudados com o sistema e eu embora considere que as coisas não são assim tão lineares , concordo.

Não posso, é admitir que a Esquerda (este PS não conta) que tem representatividade se furte à responsabilidade de criar uma estratégia e uma postura que não deixe banda larga para a direita populista que esgravata estes factos e os utiliza como porta estandarte para defender políticas mais restritivas e securitárias (a História tem mostrado o que as fraquezas dos Sistemas já permitiram) . A Esquerda tem que deixar de olhar para o seu umbigo intelectualoide e perceber que para o cidadão comum aquilo que o incomoda, realmente, é os desequilíbrios que ele sente perto de si e não as infâmias dos jornais que pertencem a uma esfera diferente , distante e que não é a sua.

Pronto , posto isto não é mais nada.



4 comentários:

Anônimo disse...

Aqui está um post que resume o sentimento de grande parte da população portuguesa, subsídios sim mas para quem os merece, para ajudar alguém que esteja a viver uma fase mais difícil, não para aqueles que não fazem nada e que vivem exclusivamente de subsídios, sem fazerem nada em troca.
Porque é que não são obrigados a fazerem trabalho comunitário para terem direito ao subsidio?
cumps mario

Umbelina Pimenta disse...

Querido Mário,
Obrigado pelo o comentário,quanto à sua pergunta , desculpe, mas não tenho resposta, estou à espera que a Esquerda que eu votei(BE)se resolva a ter uma estratégia e foi nesse sentido que escrevi este post.A mim preocupa-me muito que estas situações que a Direita tão bem sabe esmiuçar não tenham qualquer resposta da Esquerda.Como já viu ,não sou intelectual mas lembro-me bem das aulas de História do 9ºano em que aprendi quais as causas e circunstâncias do aparecimento do Nazismo, mas eu não quero ir tão longe fico já aqui.

Edgar V. Novo disse...

Como diria Orwell: "Todos somos iguais, maus uns são mais iguais que outros".

"não sou intelectual mas lembro-me bem das aulas de História do 9ºano em que aprendi quais as causas e circunstâncias do aparecimento do Nazismo"

E se bem se lembra, foram exactamente as mesmas do aparecimento do comunismo estalinista.

Cumprimentos

Umbelina Pimenta disse...

Sr.Ega , sabe que a minha memória é selectiva quanto ao Comunismo embora concorde que Estaline não foi um bom aplicador da Ideologia Alemã de Marx e Engels mas dizer isto levar-me ia muito longe e como já disse fico já aqui.